Análise da prática como componente curricular da Licenciatura em Física no IFS / Campus Lagarto

Abstract

A presente pesquisa tem como temática principal a Prática como Componente Curricular (PCC) na formação inicial de professores de Física. Tendo suas ações norteadas inicialmente a partir da Resolução CNE/CP nº 2, de 19 de fevereiro de 2002 e, permanecendo na atual Resolução CNE/CP nº 2, de 1 de julho de 2015. Mediante a verificação desse conceito, fazer menção às normativas legais relativas às 400 horas de PCC nos cursos de formação de professores, ainda hoje gera interpretações diversas, tendo em vista que à própria legislação não estabelece como deve-se proceder com a inserção das práticas por parte das Instituições de Ensino Superior (IES). Entendendo que a PCC assume importante papel na formação do futuro professor, a pesquisa objetivou investigar seu uso na Licenciatura em Física no IFS/ Campus Lagarto, tendo por base as concepções de PCC presentes nos documentos oficiais e na literatura, além de fazer o confronto com Projetos Pedagógicos dos Cursos (PPC) de algumas licenciaturas no Brasil, a fim de propor melhorias no desenvolvimento dessas práticas. A motivação para esta pesquisa em relação à correta utilização e concepção da PCC, nasceram dentro das discussões do grupo de bolsistas do Programa Institucional de Iniciação à Docência (PIBID) no projeto Laboratório de Física a Todo Vapor (LAFITOV). Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa, configurando-se como uma análise documental, que utiliza como aporte teórico e metodológico a Análise de Conteúdo de Bardin (1977). O corpus desta investigação, se constituiu pelos documentos oficiais (pareceres e resoluções; setenta e sete Projetos Pedagógicos de Cursos de Licenciatura em Física), vinte e dois artigos das licenciaturas nas Ciências da Natureza e Matemática e entrevistas semiestruturadas com dezoito docentes e cinco egressos da Licenciatura em Física em Lagarto. O processo analítico, de acordo com a Análise de Conteúdo, se deu por meio da categorização, que permitiu estabelecer três categorias para a análise dos PPCs e mais três para a entrevista semiestruturada realizada com os docentes. A partir da análise realizada, observou-se que cada uma das IES se posiciona em relação a uma concepção do que seja a PCC e, reproduz a ideia dos documentos oficiais relativas à determinação de sua carga horária (400 horas), contextualizando de acordo com tendências atuais. Revela-se ainda, que existe a apropriação desta concepção no curso em análise e que é incipiente na literatura voltada ao campo de pesquisas em currículos de algumas das Licenciaturas em Física ofertadas no Brasil. Na análise dos artigos, ficou evidenciado, que os sentidos atribuídos a PCC aparecem colocando-a como disciplina ou que favorece a articulação com as demais disciplinas do curso, dando ênfase a diferentes práticas em uma perspectiva interdisciplinar e, que a ausência de pesquisas sobre a PCC na Física é relativamente maior do que nas Ciências da Natureza e Matemática. Pretende-se, juntamente, com outras pesquisas desenvolvidas futuramente, vislumbrar um caminho adiante e não um retrocesso na formação de professores, tendo em vista que o aproveitamento e a concepção das PCCs podem e devem proporcionar aos licenciandos uma ampla visão da realidade escolar, aproximando aquilo que se aprende na academia daquilo que é utilizado em sala de aula, bem como motivando-o a seguir a carreira docente.