As castanhas de caju do povoado Carrilho, Itabaiana-SE como atrativo turístico e sua (in)sustentabilidade.

Abstract

A sustentabilidade está presente no cotidiano das pessoas, empresas e sociedade, porém necessita cada vez mais ser colocada em prática para garantir a preservação dos recursos naturais para as atuais e futuras gerações. O turismo é uma atividade econômica que gera renda, pode desenvolver as comunidades, fortalecer a cultura e promover a sustentabilidade socioambiental do lugar. Em Itabaiana no estado de Sergipe, no povoado Carrilho, está localizada a COOBEC (Cooperativa de Beneficiamento de Castanha de Caju). A COOBEC recebe castanhas de caju in natura de outros estados, promovendo o beneficiamento e a comercialização do produto. A cooperativa busca fortalecer a economia local, gerando emprego e renda para o associado. Nesse contexto, o objetivo geral foi analisar de que maneira o turismo pode contribuir com a cooperativa e o povoado Carrilho, a partir da produção sustentável de castanhas. De forma específica objetivou-se: investigar se há fluxo turístico e de que maneira essas visitações ocorrem; descrever a COOBEC, considerando seu percurso histórico, os princípios de atuação e a relação com a cadeia produtiva da castanha de caju e do turismo; identificar as etapas do processo produtivo que envolve a sustentabilidade na empresa COOBEC e de que maneira podem ser valorizadas pelo turismo. Trata-se de pesquisa qualitativa, exploratória e descritiva e estudo de caso. Os procedimentos realizados inicialmente foram o contato via e-mail e diálogos. A partir de então, foram feitas visitas de campo à localidade, em especial a cooperativa, entrevistas com roteiro e registros fotográficos; organizou-se as informações e imagens em etapas dos processos de beneficiamento das castanhas de caju; foram apresentados os aspectos favoráveis e desfavoráveis à sustentabilidade; a partir da pesquisa bibliográfica e entrevista discutiu-se sobre o fluxo de visitação; e por fim, foi sugerido uma visita ideal do ponto de vista turístico. Os resultados encontrados mostraram alguns aspectos favoráveis e desfavoráveis na dimensão da sustentabilidade: ambiental, social e econômica. Na dimensão ambiental, a existência do filtro, do forno, o aproveitamento das cascas e a reutilização das cinzas são favoráveis. Os desfavoráveis são o filtro quebrado e a manutenção atrasada. No âmbito social, o mobiliário composto de mesas e cadeiras adequadas, as telas de proteção nas portas e a existência e fornecimento de EPIs são favoráveis. Desfavorável é a não utilização dos equipamentos por alguns associados. No critério econômico, à possibilidade de uma renda fixa é favorável. São desfavoráveis, a redução de cooperados, de produção e vendas.