Devolução de computadores pós-consumo no Brasil – estudo de caso em Aracaju, SE, Brasil

Abstract

A globalização é um fenômeno econômico que possibilitou ampliar fronteiras de mercados para diversos produtos. Embora este sistema comercial apresente atributos positivos, como a melhoria na qualidade de vida, é possível identificar consequências negativas. A sociedade cada vez mais competitiva busca apenas adquirir novos artefatos, como computadores, influenciada pelas necessidades ditadas pelo modismo e pelo consumo. Este hábito reduz a vida útil dos produtos obtidos anteriormente ao ponto de perturbar o equilíbrio ambiental. No Brasil o volume de “lixo eletrônico” cresce rapidamente tornando-se um problema de gestão de resíduos sólidos. Uma vez descartados, estes aparelhos geralmente são desmontados por pessoas sem o conhecimento da tecnologia, sujeitando-se a graves riscos ocupacionais, além de causarem poluição com seus rejeitos. Para minimizar tal problema a logística reversa, proposta na Política Nacional de Resíduos Sólidos, é uma alternativa que garante o retorno de resíduos para a cadeia produtiva, atenuando a geração de resíduos e propiciando redução de custos (diretos e indiretos) para as empresas. Desta forma, a prática de logística reversa resultará em melhoria da imagem da empresa e aumentará a possibilidade de alcançar mercados mais exigentes, além de criar oportunidades de incremento de renda, de forma organizada e articulada, para grupos sociais específicos. Este trabalho tem por finalidade identificar mecanismos da logística reversa de computadores e componentes por meio da prática de empresas do setor privado, tendo como área de estudo, a cidade de Aracaju- SE. Para atingir este propósito foi necessário identificar as principais empresas do ramo citado. Logo após foi elaborado um roteiro de perguntas, com o intuito de compreender se existe algum sistema interno, que promova a logística reversa dos equipamentos, a ponto de extrair o grau de importância que elas conferem às questões de sustentabilidade ambiental e se existem pontos de coleta de computadores usados em Aracaju. Pretende-se, inclusive, incentivar a destinação adequada e a inclusão digital com a recuperação de computadores e componentes pós-consumo. Neste estudo os pesquisadores atuaram como consumidores, assim a maior parcela dos entrevistados, foi escolhida aleatoriamente de acordo com a disponibilidade do vendedor em atender. Os participantes aconselharam a entrega dos computadores inoperantes a locais onde realizam manutenção dos mesmos, porque desta forma eles retirariam componentes que serviriam para consertar outros aparelhos. Constatou-se que alguns fabricantes e lojistas oferecem informações sobre a logística reversa de computadores aos seus colaboradores e consumidores, porém esta informação não é transmitida de maneira adequada, pois existe falha de comunicação entre os elementos citados. O presente trabalho mostrou que os comerciários das maiores lojas de computadores em Aracaju não detêm informação completa sobre logística reversa destes aparelhos, mesmo após a vigência da lei federal de resíduos sólidos que fixa o conceito de responsabilidade compartilhada e logística reversa.