Perfil alimentar das participantes do projeto atividade física saúde cidadã no município de Estância – SE

Abstract

O consumo alimentar da população brasileira teve um aumento expressivo dos alimentos industrializados, tais como os processados e ultraprocessados que facilitam para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis. O objetivo deste trabalho foi identificar o perfil alimentar das participantes do Projeto Atividade Física Saúde Cidadã no Município de Estância – SE. Trata-se de um estudo transversal, constituído por 75 mulheres adultas, participantes do projeto. Foram coletados dados sociodemográficos, de saúde e dados dietéticos por meio do Recordatório de 24h. Os dados dos alimentos foram quantificados pelo programa dietético Dietbox, transformados em porções de consumos diários de alimentos in natura, minimamente processados, processados e ultraprocessados. Para a análise dos dados, as participantes foram divididas em dois grupos por faixa etária: Grupo 1 (18 a 35 anos) e Grupo 2 (36 anos ou mais). Para as análises estatísticas adotou-se um nível de significância de p<0,05. A maioria das participantes apresentou união estável (54,67%, com diferença significativa entre as faixas etárias: p=0,008), se consideravam não brancas (85,14%), exerciam atividades remuneradas (62,67%) e tinham ensino médio incompleto/completo (57,33%), porém o maior percentual (34,2%) de escolaridade até o fundamental completo estava dentre as participantes do Grupo 2 . Quanto ao estilo de vida, 38,67% eram etilistas e não existiam tabagistas no grupo. Com relação às doenças crônicas, 12% da amostra eram hipertensas, 5,33% apresentaram dislipidemia, 2,67% referiram apresentar doenças cardiovasculares e 2,67% eram diabéticas. Os dados dietéticos mostraram reduzido consumo de alimentos in natura (57,33% consumiam de 0 a 2 porções/dia) e de alimentos minimamente processados (40% consumiam até cinco porções/dia), enquanto que houve um consumo expressivo de alimentos processados e ultraprocessados (aproximadamente 40% consumiam seis porções/dia, no mínimo), independente da faixa etária. Conclui-se que as mulheres estudadas tiveram um consumo insuficiente de alimentos in natura e minimamente processados, sendo assim, expressivo consumo de alimentos processados e ultraprocessados.